domingo, 26 de junho de 2011

Libertar escravos e escravas é fazer participar da bênção (Dt 15,12-18)


Essa idéia de manter a bênção recebida incondicionalmente de Deus através da prática da

solidariedade continua a ser substancialmente trabalhada no texto de Dt 15,12-18. Aí se trata da libertação de escravos e escravas por ocasião do ano sabático[14]. Afirma-se aqui o projeto de que israelitas, homens e mulheres, que tenham entrado em uma relação de dependência para com outro israelita enriquecido, deverão poder ser submetidos a uma período de somente 6 anos de servidão. No sétimo ano, no momento da alforria, deverá ocorrer a sua libertação, devendo inclusive haver uma espécie de indenização pelo tempo de servidão, “pois seis anos te serviu por metade do salário” (v.18). O israelita proprietário deverá “encher os ombros” das pessoas alforridas para que estas possam recomeçar a vida.

Esse texto, pela sua temática, inexoravelmente faz uma referência à história do amor incondicional de Javé por aquele Israel do Egito. “Lembrar-te-ás de que foste servo na terra do Egito e de que Javé, teu Deus, te libertou...” (v.15). O êxodo é dádiva incondicional. Essa solidariedade divina deverá expressar-se, no tempo presente da formulação das leis e “no ouvido das gerações futuras” (confira Lc 4,21), através da inclusão de pessoas dependentes na lógica da bênção presente.

Como a realização desta lei social deveria ter sido algo “custoso” para os israelitas prósperos naquele Israel do final da época da monarquia em Judá, não é casualidade que aqui reapareça pela quarta vez a referida fórmula. Manter a bênção da liberdade, conferida de modo incondicional por Deus a Israel no êxodo, significa a libertação de pessoas escravas no tempo presente. Assim, a bênção do êxodo se reproduz na lógica da libertação no presente. Libertar escravos e escravas significa tornar contemporâneo o dom do evento do êxodo. Agora é tarefa da comunidade de Israel.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Reflexões sobre o Deuteronômio


1ª reflexão: O que significa a palavra Deuteronômio?

Resposta: Deuteronômio significa segunda Lei. Trata-se de uma reapresentação e adaptação da Lei em vista da vida de Israel na Terra Prometida.

2ª reflexão: Qual a idéia central do livro?

Resposta: A idéia central do livro é que Israel viverá feliz e próspero na Terra se for fiel à aliança com Deus; se for infiel, terá a desgraça e acabará perdendo a Terra.

Após relembrar o Decálogo (5, 1-22), ele mostra que o comportamento fundamental do homem para com Deus é o amor com todo o ser (6, 4-9). A seguir apresenta uma longa catequese, explicando o que significa viver esse amor em todas as circunstâncias da vida pessoal, social, política e religiosa.


3ª reflexão:
Compare Dt 5, 1-22 com Ex 20, 1-17. Existem diferenças?


Resposta: Sim. No Deuteronômio Moisés fala para o povo de Deus (Israel) relembrando o Decálogo (Dt 5, 1-22). Ele mostra que o comportamento fundamental do homem para com Deus é o amor com todo o ser.

No Ex 20, 1-17 é o próprio Deus (Javé) que fala para Moisés os mandamentos (leis a serem cumpridas pelo povo)
.

4ª reflexão:
Ler e comentar Dt 6, 4-9.

Resposta: Moisés fala ao povo:" Ouça, Israel! Javé nosso Deus é o único Javé. Portanto, ame a Javé seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma e com toda a sua força. Que estas palavras, que hoje eu lhe ordeno, estejam em seu coração. Você as inculcará em seus filhos, e delas falará sentado em sua casa, e andando em seu caminho, estando deitado e de pé. Você também as amarrará em sua mão como sinal, e elas serão como faixa entre os olhos. Você as escreverá nos batentes de sua casa e nas portas da cidade."

Estes versículos são o núcleo fundamental da teologia do Dt. Javé é o único Deus. Portanto, a vida do homem também deve ser única, expressando uma resposta de adoração ao único Deus.

Tal resposta é um amor total, que penetra e informa a consciência (coração), o ser (alma) e a ação (força). Esse amor total deve ser interiorizado, tornando-se a base da consciência (coração). Deve constituir o objeto primeiro e contínuo de toda a educação (inculcar nos filhos), em todas as situações (sentado, andando, deitado, de pé). O amor é que dirige a ação (mãos) e as intenções (faixa entre os olhos). Deve ser vivido na família (batentes da casa) e na sociedade (portas da cidade).

Mais do que leis, o Deuteronômio procura mostrar como deve ser a vida: uma resposta de amor a Deus, que se expressa em todas as relações humanas.

sábado, 18 de junho de 2011

Deuteronômio


I – PRIMEIRO DISCURSO DE MOISÉS: REVER O PASSADO EM VISTA DO FUTURO

Termina a etapa educativa do deserto e Israel se prepara para entrar na terra prometida. O livro todo é uma instrução inculcada, isto é, que deve ser continuamente repetida e relembrada, a fim de que Israel realize um novo projeto de vida, ao se fixar na terra (1,1-5).
Israel deve lembrar-se permanentemente do acontecimento libertador, que fundou a sua existência como povo. No momento da aliança, Israel não viu uma forma; apenas ouviu a voz, que lhe comunicava o Decálogo como Constituição básica de uma vida social justa e digna (4,9-20).
O destino do povo na terra dependerá da sua fidelidade à Aliança e ao projeto de Javé. Se o povo praticar a idolatria, servindo a falsos absolutos, perderá a terra e irá para o exílio: seu maior castigo será servir a deuses que não poderão libertá-lo. Se o povo se converter, Javé intervirá, dando-lhe consciência e vida (4,21-31).
A grande maravilha é Javé, o único Deus vivo que age na história. Sua ação nasce da fidelidade à Aliança, liberta o povo, lhe revela seu caminho e lhe dá a terra. Não existe outro Deus que faça isso: todos os outros são falsos absolutos (4,32-40).

II – SEGUNDO DISCURSO DE MOISÉS: O FUNDAMENTO DA ALIANÇA

O livro do Deuteronômio (“estatutos e normas”), escrito basicamente no séc.VIII a.C., é idealizado como o texto de uma renovação da aliança, feita em Moab, antes de Israel entrar na terra de Canaã. O texto se apresenta com autoridade porque provém de Deus, através de Moisés. Desse modo, todas as leis do Deuteronômio são apresentadas com o mesmo valor do Decálogo (5,23-31).
Os versículos de 4 a 9 do capítulo 6 são o núcleo fundamental da teologia do Deuteronômio. Javé é o único Deus. Portanto, a vida do homem também é única, expressando uma resposta de adoração ao único Deus. Mais do que leis, o Deuteronômio procura mostrar como deve ser a vida: uma resposta de amor a Deus, que se expressa em todas as relações humanas.
A conquista e a vida na terra dependerão da atitude que o povo tiver diante do projeto de Deus. Tal atitude acarretará bênçãos ou maldições: a benção para a fidelidade ao projeto de Javé expresso nas leis do Deuteronômio, que ajudam o povo a viver na justiça e na prosperidade; a maldição, se o povo servir a outros deuses, realizando projetos contrários ao projeto de Javé (11,18-32).

III – O CÓDIGO DEUTERONÔMICO: PROJETO DE UMA NOVA SOCIEDADE.

Os capítulos 12-26, inseridos no segundo discurso de Moisés, são um conjunto de leis formando o projeto para uma nova sociedade. Essas leis não têm caráter jurídico. Elas se apresentam como instruções ou indicações para uma relação social justa, pois visam a uma sociedade igualitária, onde todos possam ter acesso à liberdade e à vida. O fundamento dessas leis é o Decálogo (5,1-22), cujo espírito (amor e temor a Javé) é detalhado em leis que procuram responder aos conflitos concretos. Tomado no seu conjunto, o Código busca uma coerência entre a celebração da Aliança e a vida prática a ser vivida de acordo com a vontade de Javé.

IV – BÊNÇÃOS E MALDIÇÕES: VIDA OU MORTE.

As leis do Deuteronômio projetam e abrem perspectiva para a construção de uma sociedade alternativa, onde todos possam ter acesso à liberdade e à vida. Para que isso aconteça, é necessário o compromisso de por em prática toda essa legislação. Assim fazendo, o povo receberá as bênçãos, que significam vida, prosperidade, abundância, paz, e, sobretudo o reconhecimento de que é um povo consagrado a Javé, o Deus vivo que gera liberdade e vida (28,1-14).
A infidelidade ao projeto de Javé, conforme é apresentado nas leis do Deuteronômio, acarretará para o povo as maldições. Estas significam perder a vida, a prosperidade, o fruto do trabalho, a saúde e finalmente a independência política (28,15-68).

V – TERCEIRO DISCURSO DE MOISÉS: ESCOLHER ENTRE A VIDA E A MORTE.

A vida e a morte, a felicidade e a desgraça dependem da opção histórica que o povo faz entre Javé, o Deus da liberdade e da vida, e os ídolos, que produzem escravidão e morte. O Deuteronômio primitivo termina com este apelo forte; “Escolha a vida... amando a Javé seu Deus... porque Ele é a sua vida e o prolongamento de seus dias” (30,15-20).

VI – APÊNDICE: A HISTÓRIA CONTINUA.

A designação de Josué como líder do povo já prepara a narração do livro de Josué. As instruções dadas ao povo e a Josué são as mesmas: o chefe não está acima de ninguém; sua função é ser mediador entre Deus e o povo (31,1-8).
O elogio a Moisés, o primeiro profeta de Israel, oferece o modelo de verdadeiro profeta e indica a atividade profética do povo de Deus. Essa atividade consiste em ler, na história presente e na sociedade, os apelos do Deus do êxodo. Ele quer libertar o povo e conduzi-lo na construção de uma história e sociedade novas, voltadas para a liberdade e a vida (34,1-9).

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Resumo do Livro do Êxodo



DEUS LIBERTA E FORMA SEU POVO

A palavra êxodo significa saída. O livro tem esse nome porque começa narrando como os hebreus saíram da terra do Egito, onde eram escravos. O acontecimento se deu por volta do ano 1250 a.C.

Quem desconhece a mensagem do Êxodo jamais entenderá o sentido de toda a Bíblia, pois está fundamentada nesse livro a idéia que se tem de Deus, tanto no Antigo como no Novo Testamento. De fato, a mensagem central do Êxodo é a revelação do nome do Deus verdadeiro: JAVÉ. Embora de origem discutida, esse nome no Êxodo está intimamente ligado à libertação do povo hebreu. Javé é o único Deus que ouve o clamor do povo oprimido e o liberta, para estabelecer com ele uma aliança e lhe dar leis que transformem as relações entre as pessoas. Daí surge uma comunidade em que são asseguradas vida, liberdade e dignidade. Essa aliança é afirmada em duas formas: princípios de vida (Decálogo) que orientam o povo para um ideal de sociedade, e leis (Código da Aliança) que têm por finalidade conduzir o povo a uma prática desse ideal nos vários contextos históricos. Desse modo, o homem só é capaz de nomear o verdadeiro Deus quando o considera de fato como o libertador de qualquer forma de escravidão, e quando o mesmo homem se põe a serviço da libertação em todos os níveis da própria vida. Somente Javé é digno de adoração. Qualquer outro deus é ídolo, e deve ser rejeitado. Percebemos aí um convite a escolher entre o Deus verdadeiro e os ídolos. Tal escolha é decisiva: ou viver na liberdade, ou cultuar e servir à opressão e exploração.

Os capítulos 25-31 e 35-40 foram acrescentados por sacerdotes após o exílio na Babilônia. Eles procuravam com isso dar uma identidade religiosa ao povo que não tinha identidade política nenhuma durante a dominação persa.

A pergunta fundamental do Êxodo é: «Qual é o verdadeiro Deus?» A resposta que aí encontramos é a mesma que reaparece em toda a Bíblia, e principalmente na pregação, atividade e pessoa de Jesus. Por isso, o livro do Êxodo é de suma importância para entendermos o que significa Jesus como Filho de Deus e para sabermos o que é o Reino de Deus. Sem o êxodo a Bíblia perderia o seu ponto de partida, que nos leva a Jesus Cristo, a fim de construirmos com ele o Reino e sua justiça.

Fonte: Bíblia Pastoral

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Livro do Êxodo


O livro do Êxodo exige do leitor uma tomada de posição porque trata de um conflito de interesses: um grupo humano quer sua liberdade (hebreus), mas a estrutura social em que vive (Egito) não lhe permite outra alternativa. Essa alternativa é impedida porque tal estrutura é criada e mantida por um grupo (Faraó) que detém o controle à custa da exploração e opressão. Diante disso, como encontrar o caminho para a liberdade? De que lado está Deus?


Divisão do Livro:

O Livro está dividido em sete partes

I Parte: Ex 1,1–6,30: Começa com uma genealogia: os nomes dos israelitas que entraram no

Egito. Depois narra a opressão que os hebreus sofreram no Egito. A seguir temos o

nascimento de Moisés, a revelação do nome de Deus e o chamado para ser o guia do

seu povo e os preparativos para esta missão.

II Parte: Ex 7,1–11,10: Inicia com a missão de Moisés, seus confrontos com o Faraó, as dez

pragas e termina com a proibição do povo partir.

III Parte: Ex 12,1–18,27: Temos a celebração da Páscoa e em seguida a saída do Egito, a

passagem pelo mar, e a caminhada de Israel pelo deserto até a chegada ao Sinai.

Termina com a instituição dos Juízes e a visita do sogro de Moisés.

IV Parte: Ex 19,1–24,11: É selada a Aliança entre Deus e seu povo. Temos aqui também os

Dez Mandamentos (Ex 20) e o Código da Aliança (Ex 21-23).

V Parte: Ex 24,12–31,18: Contém instruções que o Senhor dá para a construção do Santuário.

VI Parte: Ex 32,1–34,35: Temos aqui o rompimento da Aliança, com o bezerro de ouro e a

renovação da Aliança.

VII Parte: Ex 35,1–40,38: Narra a execução daquilo que foi ordenado na Parte V: a construção do Santuário, isto é, a Tenda do Senhor, que vai acompanhar o povo pelo deserto.

Objetivo do Livro:

O Livro do Êxodo tem o objetivo de contar a formação do povo de Deus e mostrar que Deus

vem habitar com o seu povo! A Tenda transforma-se num anúncio de 1Rs 8,10-13; será também um sinal daquilo que vai profetizar Ezequiel. Assim, o Êxodo começa em Ex 1 mostrando a escravidão de Israel e termina com este povo servindo ao Senhor (Ex 35,4-29).

No decorrer do Livro, sobretudo na primeira parte, vamos percebendo quem é o verdadeiro “Soberano” e a quem o povo deve “servir”: ao Senhor ou ao Faraó. É interessante verificar que a palavra hebraica ’eved’, pode ter dois significados: escravo e servo. No Egito, o povo é escravo do faraó (’eved faraó) e vai ser libertado para ser servo do Senhor (’eved Adonai). Israel é libertado para servir, para testemunhar, para uma missão universal.

O serviço deve ser livre e de um povo bem disposto. O Sábado só existe para quem serve!

Por isso, no Êxodo Deus se faz conhecer, liberta, conduz, resolve os problemas do povo: fome, sede, inimigos... Enfim, Ele reina e caminha junto com o seu povo.

Sendo assim, em Israel não poderá haver outros deuses e este será o povo escolhido por Deus e que tem uma missão importante: ser um povo sacerdotal, uma nação santa (19,4). Mas para este povo consagrado só falta o Santuário e isto será dado se Israel obedecer a Lei.

Também aqui vamos encontrar uma comparação importante. Em Gn 2,2: Deus termina sua obra. Da mesma forma, em Ex 40,33 Moisés termina sua obra e por isso pode morrer como um justo.

http://www.capuchinhosprsc.org.br/biblia/artigos/O%20Livro%20do%20xodo.pdf

domingo, 12 de junho de 2011

Oração pela Efusão do Espírito Santo



Vem, Espírito Santo, e renova em mim a chama do Teu amor. Enche-me de fé, Senhor, e revela com a Tua luz todos os meus pecados e traumas. Liberta-me, Espírito Santo, e faz de mim uma nova criatura. Santifica o meu espírito e alma, renovando também todo o meu ser, emoções, mente, ouvidos, olhos, lábios e atos. Capacita-me a viver a Palavra de Nosso Senhor Jesus Cristo em toda a sua profundidade. E agora, Santo Espírito, dá-me os Teus dons para que eu possa melhor servir o reino de Deus, amando, indistintamente, todos os meus irmãos. Mas, acima de tudo, derrama o dom do louvor, para que, em tudo e por tudo, eu glorifique o Senhor Nosso Deus. Em nome de Jesus.

Amém.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

AS LEIS - Desvelando os Enigmas da Bíblia


* LEIS - Encontramos na Torá ou Pentateuco três códigos de leis: o Código da Aliança (Ex 19 - 24); o Código Deuteronômico (Dt 1 - 34) e o Código Levítico (Ex 25,1 – Nm 10,10). Em meio a estes códigos elaborados em momentos diferentes da história do povo de Israel encontramos leis antiquíssimas que reportam às experiências e à organização dos clãs e das tribos. A busca de paz, justiça e saúde eram preocupações que fundavam as leis e proporcionavam a sobrevivência do povo. Leis que nasceram sem datas, mas que marcaram a história, fundamentam a justiça de hoje e ficarão para a eternidade. Vamos desvelar mais um enigma da Bíblia: As Leis.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Pentateuco - série - Desvelando Os Enigmas da Bíblia


No curso Estudos Bíblico o professor Aderson trouxe-nos o vídeo da série "Desvelando os Enigmas da Bíblia", que é composto de vários DVD's, que podem ser encontrados na Editora Paulus.
É uma análise profunda e incontestável da Fé em DEUS.
O primeiro DVD que ele nos apresentou é sobre "O Pentateuco"
.
Um estudo profundo e ilustrado do Professor Dr. Rafael Rodrigues da Silva UNISAL-SP/ PUC-SP

* PENTATEUCO - O Pentateuco é um conjunto de narrativas que trata da história do povo desde os grupos patriarcais até a caminhada rumo à terra prometida. Encontramos nesse conjunto os textos míticos sobre a criação da humanidade como uma forma de interpretar a realidade. As narrativas e textos míticos são costurados pelo grande conjunto de leis que direcionam a vida do povo. Neste DVD, refletimos sobre a formação desses livros, suas autorias, e começamos a desvelar um dos principais enigmas da Bíblia.(explicação copiada do site: http://videopartners.blogspot.com/2011/04/o-pentateuco-desvelando-os-enigmas-da.html)

De vez em quando Aderson parava a fita e íamos para a Bíblia identificar os textos falados pelo professor Rafael.

Já estamos estudando o 2º DVD que é sobre "As Leis".

Toda terça-feira, às 19:45h, no Salão Paroquial.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O PENTATEUCO


TÍTULO

Pen­ta­teuco vem de Penta + teu­chos, estojo para cinco rolos de papiro. O Pen­ta­teuco recebe tam­bém o nome de “Lei, a Lei de Moi­sés, o livro da lei de Deus; em hebraico é Torá, que sig­ni­fica ensinamento.

AUTORIA DO PENTATEUCO

A tra­di­ção, tanto judaica como da Igreja, aceita que esses livros foram escri­tos por Moi­sés. Toda­via, há dúvidas quanto a essa informação. O apa­re­ci­mento no texto de dife­ren­tes nomes de Deus, esti­los lite­rá­rios dife­ren­tes, e enu­me­ra­ção de fases dife­ren­tes do desen­vol­vi­mento do culto judaico, têm levado alguns crí­ti­cos a supor que a exis­tên­cia de vários docu­men­tos ori­gi­nais ser­vi­ram para a sua compilação.

Algumas considerações:

1. Moi­sés é con­si­de­rado o mais eru­dito da anti­gui­dade e aquele que agiu sob a dire­ção de Deus (Êx. 17,14; 34,27; Dt. 31,9.24; At 7,22).

2. Há uma con­ti­nui­dade de con­teúdo,apesar dos diversos estilos e gêneros presente nos cinco livros.

3. Cristo e os escri­to­res do N.T. afir­mam ser Moi­sés o autor da Lei (Jo 1,17; 5,47; 7,19; Rm 10,5.19).

4. As evi­dên­cias arque­o­ló­gi­cas con­fir­mam que houve intensa ati­vi­dade lite­rá­ria pelo menos a par­tir da época de Abraão.

HIPÓTESE DOCUMENTAL

A crí­tica lite­rá­ria avan­çou com a hipó­tese de o Pen­ta­teuco ser pro­duto da reu­nião de qua­tro docu­men­tos de vários auto­res. Assim:

J JAVISTA(Javé) teria sido escrito c. de 950 a.C. por um escri­tor des­co­nhe­cido do reino do sul.

E–ELOÍSTA(Eloim) teria sido escrito c. de 850 a.C. por escri­tor des­co­nhe­cido do reino do norte..

D DEUTERONOMISTA (Segunda Lei) teria sido com­posto sob o patro­cí­nio do rei Josias c. 650 a.C.

P–PREBISTERAL(Código sacer­do­tal) teria sido com­posto em várias eta­pas a par­tir do exí­lio, desde Eze­quiel, c. 525 a.C.

Estas teo­rias ques­ti­o­nam a ins­pi­ra­ção divina por duas maneiras:

a) Em vez de serem toma­das como pala­vras do pro­feta de Deus são con­si­de­ra­das pro­duto da ima­gi­na­ção humana.

b) A pre­tensa ine­xati­dão his­tó­rica induz a ver os docu­men­tos como mitos inven­ta­dos por devo­tos religiosos.

IMPORTÂNCIA DO PENTATEUCO

A impor­tân­cia do Pen­ta­teuco é ava­li­ada medi­tando nos seus cinco temas respectivos:

1. Cós­mico. Explica o cos­mos e a sua pri­meira causa. A pri­meira frase é escla­re­ce­dora quando diz: “No prin­cí­pio criou Deus os céus e a terra”.

2. Étnico. Des­creve o começo e a expan­são das raças, povos e nações.

3. His­tó­rico. É único a tra­çar a ori­gem do homem numa linha con­tí­nua a par­tir de Adão e da implan­ta­ção do reino teocrático.

4. Reli­gi­oso. revela a pes­soa e o cará­ter de Deus, a cri­a­ção e queda do homem, e as ali­an­ças e pro­mes­sas divi­nas da redenção.

5. Pro­fé­tico. É a ori­gem dos temas pro­fé­ti­cos em toda a Bíblia. Toda a sua his­tó­ria gira em torno do Mes­sias e do reino messiânico.

TEMAS DO PENTATEUCO

1. SOBRE DEUS

GÊne­sis – Deus é sobe­rano sobre a cri­a­ção, o homem e as nações.

Êxodo - Deus tem poder para jul­gar o pecado e redi­mir o pecador.

Leví­tico – Deus é santo e provê as con­di­ções para uma vida santa.

Núme­ros – Deus é bom e justo para dis­ci­pli­nar o seu povo.

Deu­te­ro­nó­mioDeus é fiel para cum­prir as suas promessas.

2. O PROJETO DE DEUS

Gêne­sis – Pre­pa­ra­ção e regu­la­mento do Reino de Deus.

Êxodo – Inau­gu­ra­ção e legis­la­ção do Reino de Deus.

Leví­tico – Orga­ni­za­ção espi­ri­tual do Reino de Deus.

Núme­ros – Orga­ni­za­ção polí­tica do Reino de Deus.

Deu­te­ro­nômio – Reor­ga­ni­za­ção do Reino para Canaã.

Fonte: texto entregue em sala de aula pelo professor Aderson Vianna