domingo, 31 de julho de 2011

COMO SE FAZ A LEITURA ORANTE DA BÍBLIA?


Antes de tudo é colocar-se à luz do Espírito de Deus e pedir sua ajuda.

São quatro degraus da Leitura Orante da Bíblia:Leitura, Meditação, Oração, Contemplação.

1º - Leitura:
A leitura é o primeiro passo, ou degrau da Leitura Orante da Bíblia. Ler, reler, tornar a ler, cada vez mais, conhecer bem o que está escrito, até assimilar o próprio texto; respeitar o texto tal como ele é, sem interpretações precipitadas, sem achar que já conhece esse texto. A Sagrada Escritura é como uma fonte de água. A cada instante brota uma água nova que não é a mesma água do segundo anterior. É como um copo de água que você bebe. Só se bebe aquele copo d’água uma vez na vida. Assim cremos que seja a Palavra de Deus é sempre nova e atual. Ao ler o texto da Escritura, fazê-lo com o respeito de quem se encontra pela primeira vez. Estar atento para as palavras, as repetições, o jeito como está escrito, quem aparece no texto, em que lugar, o que fazem, o que falam... Muitas vezes precisaremos lançar mão de algum subsídio que ajude a entender o texto e o seu contexto histórico/social; usar estudos, dicionários bíblicos, livros, a ciência, a teologia e outros meios. De acordo com Dt 30,14 -“A Palavra está muito perto de ti: na tua boca” - é chegar perto da Palavra de Deus; a Palavra está na boca. Aqui descobrimos o que o texto diz em si mesmo.

Questionamento:
O que o texto diz?

2º - Meditação:
A meditação é o segundo degrau. Depois de ouvir e ler a Sagrada Escritura, de assimilá-la criativa e ativamente, vamos usar a imaginação, palavras, a repetição mental ou oral de uma palavra, uma frase, um versículo. Repetir de memória, com a boca, o que foi lido e compreendido. Vamos ruminar até que, da boca e da cabeça, passe para o coração. Já não é mais só o que o texto diz, mas o que esta palavra está dizendo hoje, o que me diz concretamente dentro da realidade em que estamos vivendo. O que Deus falou no passado e o que está falando hoje, através deste texto? É uma forma simples de meditação, um jeito de saborear o texto com cores e cheiros de hoje, da nossa realidade. “A Palavra está muito perto de ti: na tua boca e no teu coração”.

Questionamentos: O que o texto me diz? (Ruminar, trazer o texto para a própria vida e a realidade pessoal e social.)
O que Deus está me falando?

3º - Oração:
A meditação nos faz subir o terceiro degrau. A leitura e meditação se transformam em um encontro mais direto, íntimo e pessoal com Deus. Entramos em diálogo, em comunhão amorosa com Deus. Respondemos a Deus, pedimos que nos ajude a praticar o que a sua Palavra nos pede. O texto bíblico e a realidade de hoje nos motivam a rezar. O terceiro passo é a oração pessoal que pode desabrochar em oração comunitária, expressão espontânea de nossas convicções e sentimentos mais profundos. “A Palavra está muito perto de ti: ... no teu coração”.
Questionamento:
O que o texto me faz dizer a Deus? (Rezar – suplicar, louvar, dialogar com Deus, orar com um salmo...)

4º - Contemplação:
É o transbordamento do coração em ação transformadora. “Para que ponhas em prática” (Dt 30,14). Contemplar não é algo intelectual, que se passa na cabeça, mas é um agir novo que envolve todo nosso ser. É contemplativa a pessoa que tem o “jeito novo” de ser, viver, ver e assumir a vida, conforme o projeto daquele que é o nosso único Mestre e que nos diz: “Vocês são todos irmãos” (Mt 23,8). A Leitura Orante se torna uma atitude continuada no dia-a-dia por uma ação transformadora – pessoal, comunitária, social, mundial.

Fonte: http://leituraorantedapalavra.blogspot.com/

terça-feira, 26 de julho de 2011

Ladainha de Santana e São Joaquim



SENHOR, TENDE PIEDADE, PIEDADE DE NÓS
CRISTO, TENDE PIEDADE, PIEDADE DE NÓS
SANTANA E SÃO JOAQUIM, SANTOS PAI DE MARIA, ROGAI, ROGAI POR NÓS(BIS)
SANTANA E SÃO JOAQUIM, MODELO DE AVÓS, ROGAI, ROGAI POR NÓS(BIS)
SANTANA E SÃO JOAQUIM, EXEMPLO DE FAMÍLIA, ROGAI, ROGAI POR NÓS(BIS)
SANTANA E SÃO JOAQUIM, PROTEGEI NOSSOS IDOSOS, ROGAI, ROGAI POR NÓS(BIS)
SANTANA E SÃO JOAQUIM, AMPARAI NOSSOS DOENTES, ROGAI, ROGAI POR NÓS(BIS)
SANTANA E SÃO JOAQUIM, PELA PAZ NA HUMANIDADE, ROGAI, ROGAI POR NÓS(BIS)
SANTANA E SÃO JOAQUIM, PELO GRITO DOS SOFREDORES, ROGAI, ROGAI POR NÓS(BIS)
SANTANA E SÃO JOAQUIM, PELOS POBRES DESVALIDOS, ROGAI, ROGAI POR NÓS(BIS)
SANTANA E SÃO JOAQUIM, PELOS LARES DESTRUÍDOS, ROGAI, ROGAI POR NÓS(BIS)
SANTANA E SÃO JOAQUIM, POR TODA NOSSA IGREJA, ROGAI, ROGAI POR NÓS(BIS)
SANTANA E SÃO JOAQUIM, COM AS SANTAS E SANTOS DE DEUS, ROGAI, ROGAI POR NÓS(BIS)
JESUS CRISTO, OUVI-NOS
JESUS CRISTO, ATENDEI-NOS
ROGAI, ROGAI POR NÓS (BIS)
(Letra e música de Aderson Viana)

Aderson Viana é coordenador da Escola da Fé São Paulo Apóstolo, em Casa Forte

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Ouvidos para ouvir


Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça. Foi o que Jesus falou. Quem tiver ouvidos para ouvir. Significa que existe alguém que tem ouvidos, mas não escuta. Como ele disse, tem olhos, mas não vê. E o que há para ver e escutar? O que Jesus está anunciando sobre o Reino de Deus. O Reino de Deus que está se inaugurando com a presença de Jesus. Felizes os olhos que vêem o que vocês estão vendo. Muitos quiseram ver e ouvir, e não puderam.

Entende-se, então, que há uma coisa muito boa acontecendo, algo de muito importante está sendo revelado. A boa notícia, o evangelho, é o Reino. O Reino de Deus. Foi esse o anúncio de Jesus desde o início de sua atividade missionária: "o Reino chegou, convertam-se, creiam". A presença de Jesus salvando, libertando, restaurando é o Reino acontecendo. As ações e as palavras de Jesus instauram o reinado de Deus entre nós. Suas palavras são confirmadas por suas atitudes e por suas ações.

Esse anúncio, essa boa nova (evangelho quer dizer boa nova) é uma comunicação que muda nossa vida, que dá novo sentido à realidade. Não é apenas uma notícia entre outras, uma manchete a mais. É a resposta que a humanidade estava esperando. A chegada do Messias que Israel acalentara em seus sonhos proféticos ao longo de séculos. É a revelação de algo maravilhoso: o Reino está ao nosso alcance, está batendo à nossa porta. Deus está cumprindo sua promessa: "Eis que faço novas todas as coisas". É por essa razão que o Evangelho, em confirmação das palavras de Jesus, narra tantos milagres, curas, exorcismos. É o Reino se instalando como luz, como saúde, como paz, como perdão.

Não se pode ficar indiferente a esse anúncio da chegada do Reino. Essa boa nova nos pede uma resposta. Cobra-nos adesão, acolhida, conversão. Lembra o que Jesus falou? "O Reino chegou, convertam-se, creiam". Conversão é mudar o foco e o rumo da própria vida, sintonizando-a com o Reino. Crer é acolher Jesus e o seu anúncio do Reino de Deus. Acolher Jesus, porque a Palavra afinal fez-se uma pessoa, o verbo que se fez carne.

Mas, também é possível a atitude contrária: não querer ouvir, não querer ver, rejeitar a boa notícia do Reino que chegou como salvação. A liberdade humana é respeitada por Deus, que nos criou como seres livres. O Reino não é uma imposição que nos anula, uma nova ordem que nos é imposta. Resta a liberdade da escolha ou da rejeição. Como diz o livro santo: "diante de ti estão a vida e a morte. Escolhe!". Ao amor de Deus manifesto em Cristo, a única resposta possível é o amor. E não existe amor obrigado, adesão compulsória. Só na liberdade, o homem pode responder adequadamente ao evangelho do Reino.

Talvez seja por isso que Jesus alertou: "Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça".

Pe. João Carlos Ribeiro – 22.07.2011

http://www.padrejoaocarlos.com/2011/07/ouvidos-para-ouvir.html

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Palavra Libertadora


E o povo se admirava da Palavra de Jesus. Era um ensinamento com autoridade. Não era como a palavra dos mestres da Lei. Era uma palavra como a do Criador da primeira página da Bíblia. Ali, Deus falava e tudo acontecia. Disse e tudo foi feito. Ou como explicou Isaías: a palavra de Deus é como a chuva: não volta sem cumprir sua tarefa. A chuva que desce do alto rega os campos, enche as barragens, faz os rios transbordarem. Assim é a palavra de Jesus: realizadora como a palavra do Criador, eficaz como a chuva que vem do alto. O povo de Cafarnaum sentia isto: ele fala com autoridade.

E isso ficou muito mais claro, quando eles viram que o pregador Jesus não só anunciava o Reino. Mas, sua palavra denunciava o mal. E libertava as pessoas dele. Foi assim que um homem em sua Sinagoga, naquele sábado, apareceu possuído por um espírito mau. A palavra de Jesus acaba por revelar o mal, desmascará-lo. Ele está ali escondido, oprimindo a pessoa, sufocando-a, asfixiando-a . A palavra o desmascara. E é assim que o homem é libertado. Jesus maneja a palavra para libertá-lo: sai, retira-te deste homem. O povo admirado tem confirmada sua primeira impressão: ele ensina com autoridade. Sua palavra liberta as pessoas.

No tempo de Jesus, o diabo era o culpado por tudo. Uma febre, era um diabo. Uma doença mental, obra do tinhoso. Uma doença, uma possessão. Depois de 21 séculos, a ciência, o bom senso, o conhecimento ensinam que há outras causas para isto tudo. O diabo não é o culpado de tudo que há de errado. Ele continua a ser uma referência para o mal. Mas, opressão, humilhação das pessoas, preconceito que desrespeita os outros... tudo isso é nossa culpa mesmo.

Há muitas forças que dominam, exploram, oprimem pessoas humanas.... as pessoas são massacradas, espoliadas, reduzidas... o homem possuído é a imagem deste tipo de pessoas. O mal que possui uma pessoa pode chamar-se drogas, preconceito, violência, desrespeito à dignidade humana.

O que o evangelho continua anunciando é que de todas as opressões, a palavra de Jesus é uma força para nos libertar. Não é simplesmente uma palavra a mais. Ela é a palavra criadora de Deus que nos recria, nos restaura, nos liberta. É a palavra libertadora de Deus em nossa vida.

É triste ver alguns cristãos correndo atrás de milagres, de curas, de exorcismos. Seria mais bonito vê-los, movidos pela força do Evangelho, correndo para apoiar a organização popular, as lutas dos trabalhadores, as ações de sustentabilidade da vida no planeta. Jesus, nas páginas da Escritura, aparece como o libertador do mal, de todo o mal: do pecado, da morte, do individualismo, da indiferença, da injustiça, da opressão.

É, as pessoas tinham razão. Jesus falava com autoridade. Sua palavra comunicava o amor de Deus que restaura e liberta as pessoas.

Pe. João Carlos – 21.07.2011

http://www.padrejoaocarlos.com/

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Semente na estrada


Jesus contou a história da semente que foi plantada em vários terrenos (Mt 13,1-23). Quatro terrenos. À beira da estrada, em terra muita pedregosa, em um terreno coberto de espinhos e em uma terra boa, bem preparada. E aí, é claro, colheu somente no bom terreno. E explicou o que significam os terrenos e a semente. A semente é a palavra de Deus. E os terrenos representam o modo como nós recebemos a Palavra.

Eu nunca prestei muita atenção nessa parte da semente que caiu à beira da estrada. Mas, outro dia fiquei pensando no assunto, e concluí que se trata de uma coisa bastante comum em nossa vida. É que, às vezes, estamos tão distraídos, que não fica nada do que foi semeado. Ou então deixamos todo mundo passar por nós e pisotear tudo o que nos é caro. É por isso que Jesus falou da semente que caiu no caminho: é que nossa vida assim vida vira um estrada, onde todo mundo passa, onde todo mundo pisa. A palavra semeada nem tem a chance de germinar. Como disse Jesus, vêm os pássaros e a comem. Os homens passam e a pisoteiam. A semeadura à beira da estrada não produz nada.

É de se pensar: você não tem uma área de sua vida reservada, o melhor de você mesmo para acolher o que Deus lhe diz? Você não tem um cantinho importante de sua vida, onde ninguém pisa, onde ninguém manda, um lugar reservado onde você pensa sua vida e toma suas decisões? Sabe porque essa pergunta? porque se a gente escuta todo mundo, e qualquer opinião nos influencia, no meio de tantas vozes cada um puxando para o seu lado, a voz de Deus fica apenas mais uma opinião. E aí, a gente perde o controle da direção de nossa própria vida. A gente vira um caminho onde todo mundo passa, uma passarela de opiniões, onde tudo parece ter o mesmo peso... e a voz de Deus, que seria a nossa referência maior, não é mais ouvida ou não é levada a sério.

E a voz de Deus, é claro, tem que ter um peso diferente. Como Pedro falou pra Jesus: Só tu, Senhor, tens palavras de vida eterna. Na verdade, a fala de Deus não é só uma voz que vem de lá pra cá, em mão única, ou uma voz de cima pra baixo. Deus fala conosco como numa pista de duas mãos. Ele fala e eu escuto. Eu falo e ele me escuta. É um diálogo. Uma conversa de amigos, profunda e vital, que acontece no lugar mais secreto de mim mesmo. É lá que eu preciso tomar as decisões importantes de minha vida, depois de um diálogo profundo e vital com o meu Pai e Criador. É lá que a minha vida toma rumo, sentido e direção.

Acabo de me lembrar da ventoinha, aquele espécie de bandeira-saquinho que marca a direção do vento nos aeroportos. A ventoinha enche-se de ar e fica a favor do vento. Mostra a direção da corrente de ar. Pra onde o vento der, ela se vira. Quem manda é o vento. Uma pessoa não pode ser uma ventoinha. Muda de opinião, faz opções segundo o vento, isto é, a opinião pública, o quê os outros estão valorizando ou o que a mídia define como o melhor. Uma pessoa precisa ter um rumo certo pra seguir, valores onde afirmar a própria caminhada. Só a voz de Deus pode dar um rumo certo à minha vida. O seu Espírito, que me habita desde o batismo, é quem vai dialogando comigo, no meu íntimo, e me ajudando a andar no rumo certo. Eu não sou uma ventoinha. E a minha vida não pode ser uma estrada onde todo mundo pisa.

É, a semente que caiu à beira da estrada faz a gente pensar.

Pe. João Carlos – 10.07.2011

http://www.padrejoaocarlos.com/