Mês da Bíblia 2011- cont.

O autor de Ex 15,22 – 18,27

Esta segunda parte do livro do Êxodo, como todo o livro, é fruto de uma longa história de redação, contando com a participação de vários autores e redatores, em contextos diferentes. Muitas pessoas trabalharam na organização do material escrito, até chegar até nós.

Prova disso é que o texto apresenta algumas repetições e até contradições, como por exemplo, a seguinte:

Em Ex 4,1, Moisés saiu com a sua mulher Séfora e seu único filho.

Em Ex 18,2, Séfora vem com o seu pai (Jetro) e com dois filhos.

O texto

Em Ex 15,22 – 18,27 nos defrontamos com as dificuldades, as crises e as dúvidas do povo na longa marcha pelo deserto. A libertação do Egito foi conseguida, mas agora há todo um caminho a percorrer pela frente...

As primeiras dificuldades são referentes à escassez de recursos básicos, como a falta de água (Ex 15,22-27; 17,1-7) e de alimento (Ex 16,1-36).

As demais são causadas por inimigos externos, como os amalecitas (Ex 17,8-15); e por problemas internos, como a centralização do poder (Ex 18,13-27).

Os estudiosos da Bíblia chamam estes episódios de a “TRADIÇÃO DO DESERTO”.

Os relatos dessa “TRADIÇÃO” seguem a mesma estrutura:

1.A crise

2.A murmuração do povo

3.A intercessão de Moisés

4.A intervenção de Deus (que nestes capítulos será sempre positiva)

A teologia do texto

Ex 15,22 – 18,27 contém narrativas que, do ponto de vista teológico e pastoral, são muito importantes para o aprofundamento da fé pessoal e comunitária, em meio aos problemas da vida cotidiana.

Por meio de tais narrativas, percebemos:

a)A presença providente de Deus, que acompanha seu povo

b)A liderança de Moisés que, como um pastor, conduz o povo de Deus pelo deserto